OS AUDITORES FISCAIS E O COMBATE À CORRUPÇÃO
A Secretaria da Receita Federal do Brasil é essencial para o
funcionamento do país, seja na arrecadação de recursos para as políticas
públicas, seja na garantia da livre concorrência, seja na proteção das fronteiras
ou seja no combate a crimes como corrupção, sonegação e contrabando.
Embora seja forte e atuante, parece haver interessados em enfraquecer a
Receita Federal. Os servidores enfrentam a falta de investimentos. A principal
categoria do órgão, integrada pelos membros da Auditoria Fiscal, se vê
desmerecida e desprestigiada, ocupando tão somente a 26ª posição no ranking dos
fiscos estaduais e municipais em termos de remuneração.
Os auditores-fiscais lotados em regiões remotas, mas importantíssimas
para o controle da entrada de mercadorias e de pessoas, aguardam a
regulamentação da Indenização de Fronteiras. Instituído em 2013, o benefício
até hoje não foi regulamentado.
Há ainda outros valores indenizatórios sem qualquer atualização, alguns
defasados há décadas.
Apesar do cenário desmotivador, os auditores-fiscais jamais esmoreceram
ou reduziram a eficiência — mesmo diante do diminuto efetivo profissional —,
exatamente porque sabem que são agentes de Estado, e não de governos. O compromisso dos
auditores-fiscais é com a sociedade brasileira.
Ainda assim, na luta pelo reconhecimento de suas atribuições, os
auditores defendem a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC)
102/15, que tramita na Câmara dos Deputados e estabelece, para a categoria,
subsídio equivalente a 90,25% do vencimento de ministro do Supremo Tribunal
Federal. Por similaridade, a PEC 102 deve tramitar em conjunto com a PEC 443/9,
que trata da mesma equivalência para outras carreiras.
A categoria sempre manteve o empenho no cumprimento de suas missões e
assim permanece no atual cenário de crise. O Fisco está e continuará atuante,
com profissionais altamente qualificados. Os auditores fiscais mantêm o combate
implacável aos fraudadores e aos corruptos.
Uma pergunta, porém, precisa ser feita: a quem interessa o enfraquecimento
do órgão?
Não
cabem aqui especulações, mas uma constatação pode ser feita: sonegadores e
corruptos batem palmas para quem trabalha contra uma Receita Federal forte, com
auditores-fiscais devidamente reconhecidos e motivados. (Publicado em 16 de agosto de 2015, no jornal Correio do Povo)
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