PELA VALORIZAÇÃO DOS AUDITORES FISCAIS DA RFB
Por
um lado a sociedade demanda por mais transparência e eficiência no gasto
público, mas por outro tem subestimado a necessidade de uma administração
tributária sólida, com resultados mais eficazes.
Apesar
de o Brasil dispor, nas três esferas de governo, de estruturas de combate à
elisão e à sonegação dos recursos públicos, pouca importância tem sido dada a
estes setores, em especial na União.
Claramente,
é preciso combater os desvios do dinheiro público de forma mais competente, mas
também exigir dos entes públicos um efetivo retorno à sociedade, com mais e
melhores serviços públicos e programas sociais.
Vejam
a situação dos Auditores Fiscais da Receita Federal. São eles as autoridades
administrativas e tributárias que podem contribuir diretamente e de forma
decisiva para a construção de um modelo tributário verdadeiramente funcional,
que atenda o que a população necessita, sem penalizá-la.
Em
2014, os Auditores lavraram R$ 150 bilhões em autos de infração, numa média de
autuação “per capita” de R$ 53 milhões. Só de produtos falsificados,
adulterados ou que não recolheram os devidos tributos, retiraram de circulação
R$ 1,8 bilhão em 2014.
Na
luta contra a corrupção, os Auditores Fiscais também têm mostrado competência agindo
ao lado da Polícia Federal e do Ministério Público, em operações conjuntas que,
só no ano passado resultaram na descoberta de R$ 9 bilhões de fraudes.
O
papel social do Auditor também é relevante ao atuar decisivamente na coleta das
contribuições para a Seguridade Social. Os recursos para os programas de saúde,
previdência e assistência social ultrapassaram R$ 686 bilhões, quase 60% da
receita administrada pela Receita Federal.
Porém
todo esse trabalho dos Auditores Fiscais da Receita Federal contra a sonegação
e a corrupção, em favor da inteligência fiscal e em defesa da justiça social
não tem recebido o justo reconhecimento. A classe trabalha com efetivo aquém do
necessário e, no ranking das administrações tributárias, ocupa a 27ª posição em
termos de remuneração na lista que abrange os Auditores estaduais e municipais.
Ou seja, os Auditores da Receita Federal, responsáveis por 70% de toda a
arrecadação nacional, ganham menos que fiscais de 26 estados e municípios. Não
há lógica nessa conta! E os resultados dessa falta de lógica começam a
aparecer. O desestímulo imposto aos Auditores Fiscais da Receita Federal está
repercutindo nos números. O governo sabe que há consequências graves para a
desmotivação dos Auditores.
Ao
mesmo tempo em que é preciso ampliar a eficiência tributária, é também urgente
garantir o reconhecimento do trabalho dos Auditores Fiscais da Receita Federal.
Há uma série de medidas legais tramitando no Congresso que podem repor a
dignidade aos profissionais da Administração Tributária federal. A Proposta de
Emenda Constitucional (PEC)186 permite a autonomia no combate à sonegação. A
PEC 102 permite aos Auditores Fiscais o incentivo e a promoção que têm sido
neglicenciados pelo Ministério da Fazenda.
Não
há como fazer justiça fiscal, com seus agentes desvalorizados e desmotivados!
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