CIDADÃS DO LAR, DO BRASIL E DO MUNDO
No início, dizem as escrituras, Deus fez o homem e, de sua
costela, criou o segundo ser: a mulher. Mas, mesmo vindo depois, todos os
demais humanos da face da Terra foram gerados por elas, que também estão
tomando o mundo de assalto. No Ocidente e, em especial, no Brasil, a
consolidação do papel feminino é fato inequívoco a olhos vistos. Nas ruas, nas
fábricas, nas redações, nos escritórios, no serviço público, em todos os
lugares. Lídia Aratangy, em “O anel que tu me deste”, avalia: “a queda do
patriarcado, nas últimas décadas do século XX, foi um corolário da ascensão
social das mulheres”. A reflexão vem a calhar em mais uma comemoração do Dia
Internacional da Mulher neste 8 de março.
Sem sombra de dúvidas, como também escreve Aratangy, “o
fenômeno ainda está em andamento, mas o poder masculino, antes absoluto, está
em retração e, no mundo como um todo, as mudanças tendem a caminhar na mesma
direção, embora não no mesmo ritmo”.
Não obstante seguirem ainda discriminadas com menores
salários, em média, que os homens nas mesmas tarefas, preteridas nas avaliações
funcionais de carreira em muitas organizações, sobrecarregadas pelo desempenho
exigente do múltiplo papel de trabalhadora-esposa-mãe, as mulheres se superam,
avançam, consolidam seu papel de cidadãs, assumem e circundam o poder.
Representantes do sexo feminino estão à frente de inúmeras
nações, em especial Alemanha, Argentina, Coreia do Sul e Brasil. Na Esplanada
dos Ministérios, comandam com presença marcante áreas insípidas como a Casa
Civil, Comunicação Social, Igualdade Racial, Desenvolvimento Social,
Planejamento, Turismo e Direitos Humanos. Nos governos estaduais, a marca
feminina está presente no RN e MA. No Congresso Nacional, há 45 deputadas
federais e 13 senadoras. Ainda é pouco, pelo poderio do voto feminino, mas já é
um avanço.
As mulheres são maioria na educação, na comunicação social,
nos clientes da telefonia móvel, no eleitorado apto a votar na próxima eleição.
Há mais mulheres entre os internautas domiciliares, os contribuintes
cadastrados na Previdência Social, os empreendedores informais, os brasileiros
da terceira idade (mais de 60 anos). Há, enfim mais mulheres do que homens em
nosso território. Dos mais de 195 milhões de brasileiros, 51,5% são do sexo
feminino. Haja força e presença. Vivam muito estas avós, mães, filhas e
esposas. Mulheres fortes e poderosas, a serem celebradas em 8 de março e em
todos os demais dias do ano.
E como diria o poeta J. Oliveira: “Mulher não nasce.
Estréia! Estréia na vida, no trabalho, estréia na escola, que seja da vida, mas
estreia (...)”. E nós, homens, aplaudimos com vigor as estudantes,
consumidoras, eleitoras, seguradas, trabalhadoras, contribuintes, cidadãs,
enfim... Do lar, do Brasil e do mundo. (Vilson Romero)
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