MAURÍCIO VIVE!
Mais uma grande perda para a imprensa brasileira. Foi-se na
sexta, 25, Oscar Maurício de Lima Azêdo. A trajetória de 79 anos, com grande
parte deles como repórter, redator, cronista, editor, chefe de reportagem, editor-chefe
e diretor de redação, Maurício Azêdo também marcou como Presidente da
Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Após lutar e levantar bem alto as bandeiras da democracia e
das liberdades de expressão e de imprensa , Maurício foi traído pelo coração. Nascido
e criado na capital fluminense, com raízes no bairro de Laranjeiras, formou-se em
1960 na Faculdade de Direito do Catete e desviou sua rota para a carreira de
jornalista.
Atuou em inúmeros veículos como Jornal do Commercio, Diário
Carioca, Jornal do Brasil, Diário de Notícias, Jornal dos Sports, Última Hora,
O Dia, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, O Semanário e as revistas
Manchete, Fatos & Fotos, Pais & Filhos, Realidade, TV Guia, Carícia e Placar,
da qual foi o primeiro editor-chefe.
Como militante do Partido Comunista Brasileiro-PCB colaborou
com jornais alternativos de resistência à ditadura (1964-1985), como a Folha da
Semana, proibida de circular em dezembro de 1966 pelo Governo Castelo Branco,
Carlos Medeiros Silva.
No início da década de 80 passou a se dedicar à política.
Vereador no Rio de Janeiro por três legislaturas (1983-88, 1989-1992,
1993-1996), foi também Prefeito interino, Presidente da Câmara Municipal,
Secretário Municipal de Desenvolvimento Social e Conselheiro do Tribunal de
Contas do Município, no qual foi aposentado compulsoriamente por idade em
setembro de 2004. É autor de mais de cem leis municipais, entre as quais a de
criação da Distribuidora de Filmes S/A (Riofilme), cujo projeto foi assinado
pelo ator e então Vereador Francisco Milani (PCB). Foi também destacada a sua
participação na elaboração da Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro, de
1990, e do Plano Diretor Decenal da Cidade, de 1992.
Maurício Azêdo se elegeu Presidente da ABI em abril de 2004,
encabeçando a Chapa Prudente de Moraes, de oposição à Diretoria então liderada
por Fernando Segismundo, sendo empossado em 13 de maio. Foi reeleito em outras
três oportunidades – 2007, 2010 e 2013 . Nesta última, tive a honra de ser por
ele convidado a participar da nominata do Conselho Deliberativo, onde integro a
Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos.
Vai-se um grande brasileiro! A comunicação social brasileira
está de luto! Maurício, siga escrevendo, onde estiver. Na nossa memória, Maurício
vive! (Vilson Romero)
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