ESCRAVIDÃO EM PLENO SÉCULO XXI
"Quando os portugueses iniciaram nossa colonização, não existia
mão-de-obra para atividades manuais e trabalhos braçais. Ao tentarem utilizar os
índios nas lavouras, enfrentaram a oposição da igreja e tiveram que buscar
alternativas fora do continente americano.
As naus passaram a singrar o Atlântico trazendo os negros africanos, em
levas de milhares submetidos ao trabalho escravo nas colônias até a abolição
desta prática em 1888.
Mas a história escravocrata no Brasil não cessou com a Lei Áurea.
Em pleno século XXI, mais de 120 anos depois, o escravagismo ainda
perdura em nosso território.
Constatado em episódios como a operação da Polícia Federal (PF) que
prendeu um trio de paraibanos em Caxias do Sul (RS) na primeira quinzena de
novembro por participarem de aliciamento de trabalho escravo.
Ou no fato que redundou em bloqueio pela Justiça do Trabalho de R$ 1
milhão da empresa M5 Têxtil, dona das grifes M.Officer e Carlos Miele, onde o
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) flagrou trabalhadores bolivianos em
condição análoga à de escravo num bairro da capital paulista.
Desde 1995, o MTE, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a PF já
registraram mais de 43 mil trabalhadores em condições que classificam como
degradantes ou iguais às de escravidão.
Inclusive a ONG CH (Ciência Hoje) On-line (http://cienciahoje.uol.com.br/)
disponibiliza um mapa interativo com os dados de cada ocorrência na versão mais
recente da famigerada ‘Lista suja do trabalho escravo’ no Brasil.
Outra ONG, a Repórter Brasil ( http://reporterbrasil.org.br)
também se destaca na apuração e divulgação do assunto mantendo em sua página na
internet uma seção com dados e informações atuais sobre o tema.
Mas não pensem que este mal é uma chaga somente na Terra Brasilis.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), existem no mundo cerca
de 20 milhões de pessoas trabalhando sob desumano regime de servidão.
Esta é uma realidade que deve ser enfrentada com a atuação redobrada e
denodada da cidadania, ao denunciar as ocorrências, acionando a estrutura
coercitiva do Estado para dizimar esta mazela que ainda envergonha e enlameia a
sociedade." (Vilson Romero)
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