MORTE AOS JORNALISTAS!
Como em todo o final ou início de ano, as entidades representativas de
jornalistas ou de defesa da liberdade de imprensa em todo o mundo assombram
leitores, telespectadores, internautas e ouvintes com os números consolidados
do massacre contra os comunicadores.
Neste ano, a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), com sede na França, apontou,
em seu balanço anual, que chegou a 71 o número de jornalistas assassinados no
exercício da profissão em 2013. Apesar do número deveras preocupante, a RSF
saúda a redução das ocorrências criminosas contra profissionais de imprensa,
pois, em 2012, a entidade havia registrado a lamentável perda de 88 jornalistas
em todo o mundo.
Por outro lado, a RSF reporta que o número de sequestros de jornalistas
cresceu 129%, passando de 38 em 2012 para 87 ocorrências no ano que findou.
Índia e Filipinas, juntamente com Síria, Somália e Paquistão ponteiam a
lista nefasta dos locais onde mais matam jornalistas.
Já o Instituto Internacional da Imprensa (IPI) que tem sede em Viena,
na Austria, diferindo bastante do levantamento da RSF denuncia a morte de 117
jornalistas no exercício da profissão em 2013. O dado inclui o assassinato de
seis brasileiros. Também aponta uma queda em relação ao recorde de 132
profissionais mortos em 2012.
Segundo o IPI, o Oriente Médio e a África do Norte continuam as regiões
mais perigosas para os profissionais, com 38 óbitos.
Somente na Síria, no ano passado, foram assassinados 16 jornalistas na
cobertura do conflito político interno.
Desde 1997, quando iniciou a contabilização das perdas para a imprensa
mundial, o IPI registrou a morte de 1.358 jornalistas em atividade.
Um dos agravantes destes crimes, somado ao grande número de raptos e
agressões é a impunidade dos criminosos.
Vem a calhar, embora sejamos céticos em relação aos imediatos efeitos
práticos de seu cumprimento, a adoção no final de 2013 por parte da Assembleia
Geral das Nações Unidas, de uma resolução sobre a segurança dos jornalistas e a
questão da impunidade.
O texto condena todo tipo de ataque e violência contra jornalistas e
profissionais de mídia, como tortura, execuções extrajudiciais,
desaparecimentos forçados, detenções arbitrárias e intimidação e perseguição em
situações de conflito ou não.
A medida também proclama 2 de novembro como o Dia Internacional pelo
Fim da Impunidade de Crimes contra Jornalistas. A data lembra quando os
jornalistas franceses Ghislaine Dupont e Claude Verlon foram mortos no Mali no
ano passado. A resolução – co-patrocinada pela Grécia, Argentina, Áustria,
Costa Rica, França, Tunísia e outros 72 países – pede às Nações que promovam um
ambiente seguro e propício para que os jornalistas possam realizar seu trabalho
de forma independente e sem interferências indevidas.
Oxalá haja instrumentos para fiscalizar o exato cumprimento da medida
pioneira adotada pela Onu. Temos que usar este e todos os demais instrumentos
disponíveis, desde a conscientização da sociedade e a denúncia das ocorrências
para combater a barbárie que a cada ano se abate contra quem pretende informar
sobre o que ocorre no mundo. Basta de carregarmos ataúdes de jornalistas! Chega
de tanta agressão e ataques à imprensa! (Vilson Romero)
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