PLP 257/16: AS DÍVIDAS ESTADUAIS E O SERVIÇO PÚBLICO
Sob o manto da repactuação das dívidas
dos estados, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 257/2016, em discussão na
Câmara dos Deputados, encobre uma grave ameaça à sociedade: o aumento da
precarização dos serviços públicos.
A proposta, urdida pelo Palácio do
Planalto em comum acordo com a maioria dos governadores, durante o governo
suspenso, aposta num ajuste das contas estaduais, mas impõe parcela expressiva
da conta sobre o conjunto daqueles que prestam o serviço público.
Pelo texto, ficam vetados reajustes
salariais para o funcionalismo, mesmo onde o poder aquisitivo já atingiu o
fundo do poço, sinaliza para o aumento dos descontos para a previdência,
incentiva a demissão de servidores e, ao não permitir a reposição do quadro
funcional, semeia o medo, a desmotivação e intranqüilidade entre servidores
públicos e familiares.
O projeto de lei aponta para diferentes
direções sempre sob o mantra da emergência econômica, mas a consequência lógica
é o dano à sociedade, que deixará de receber, cada vez mais, os serviços
essenciais, e em todos os níveis.
Como prevê alterações na Lei de
Responsabilidade Fiscal, as medidas draconianas do PLP 257 podem ser
reproduzidas em leis estaduais e municipais, resultando em risco ao
funcionamento do serviço público nos três níveis e em todos os poderes
(Executivo, Legislativo e Judiciário). Hospitais, escolas, tribunais,
policiamento, tudo pode parar!
Mais do que punir toda a população com
uma proposta nociva como o PLP 257, o governo precisa ser eficiente na
utilização dos recursos disponíveis, ampliando a capacidade de fiscalização, de
combate à sonegação e de uma luta incessante pelo controle público e contra a
corrupção.
O conjunto de medidas, ao invés de
buscar a recuperação dos créditos da paquidérmica Dívida Ativa da União - que
já supera R$ 1,6 trilhão -, de trazer propostas que permitam a retomada do
crescimento, caracteriza-se como um flagrante retrocesso, um ataque frontal sem
precedentes aos servidores públicos e, consequentemente, à sociedade, que
sofrerá os impactos do atendimento cada vez mais precário.
O trabalhador, seja no serviço público,
seja na iniciativa privada, não pode ser o bode expiatório para a ineficiência
governamental. Fiquemos alertas e críticos em relação a esta medida que pode
deixar a população ainda mais carente do Estado! (Vilson Romero)
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