#IMPRENSA LIVRE
Entre 180 países pesquisados, o Brasil
está na 103ª posição no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa, atesta a ONG
Repórteres Sem Fronteiras (RSF)
Nos últimos cinco anos, a RSF registrou
21 casos de assassinatos de jornalistas no território nacional, configurando o
Brasil como o segundo país mais mortífero para a profissão na América Latina no
período, atrás apenas do México, onde, no ano passado, foram registrados 10
mortes criminosas de jornalistas.
Estas ocorrências revoltantes servem de
reflexão neste 3 de maio, Dia Internacional da Liberdade de Imprensa.
A efeméride foi instituída em 1993 pela
Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura),
alertando para a impunidade nos crimes e ataques contra jornalistas.
A ideia surgiu dois anos antes, numa
reunião em Windhoek, na Namíbia, que culminou num chamado à proteção dos
fundamentos da liberdade de expressão.
Fundamentos estes insculpidos no artigo
19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos: "Toda pessoa tem direito
à liberdade de opinião e de expressão, este direito inclui a liberdade de ter
opiniões sem interferência e de procurar, receber e transmitir informações e
ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras".
Segundo revela a RSF na sua
classificação anual, 21 países estão no espectro mais baixo do Ranking, nos
quais a situação da imprensa é considerada como “muito grave”. 51 países estão
no “vermelho”, onde a situação da liberdade de informação é considerada “difícil”.
No total, cerca de dois terços (62%) dos países listados pioraram suas posições
no ano passado.
Além de permanecer numa situação
considerada grave, o Brasil não sinaliza, através de medidas institucionais ou
governamentais, com nenhuma providência que minimize as agruras enfrentadas na
labuta da boa e imparcial informação.
Os profissionais que investigam temas
sensíveis, nos meandros da má política ou nas profundezas do crime organizado, logo
viram alvos, são perseguidos ou assassinados.
No Congresso Nacional, não anda pra
frente o projeto que federaliza os crimes contra jornalistas no exercício da
profissão. Nem se consolida a proposta já aprovada no Conselho de Comunicação
Social (CCS) de termos um Observatório da Violência contra Comunicadores, vinculado
à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência.
Enquanto isto padecem a comunicação
social e seus profissionais que seguem vulneráveis, num ambiente sabidamente
hostil e violento. Urge, além de consolidarmos nossa democracia, também
solidificar este pilar fundamental da cidadania: a liberdade de imprensa. (Vilson Romero)
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