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Mostrando postagens de janeiro, 2019

DAS LADROÍCES À CORRUPÇÃO

Aumentou a percepção de que a corrupção grassa entre os agentes públicos brasileiros, a despeito das seguidas ações policiais, prisões e etapas ostensivas, em especial, da já decantada Operação Lava Jato. A relação quase sempre promíscua entre empreiteiros, políticos, funcionários e gestores tem resultado em centenas de escândalos divulgados diuturnamente em todas as mídias. Apenas a Lava Jato, desde 2004, somente no PR, já chegou próximo de sua 60ª. etapa, com 2.476 procedimentos instaurados, 226 condenações contra 146 pessoas, com pedidos de ressarcimento público de mais de R$ 40 bilhões. Estas constatações consolidam a posição nacional no Índice anual de Percepção da Corrupção (IPC), divulgado pela ONG Transparência Internacional. Segundo a ONG, o IPC, aferido desde 1995, é o mais abrangente indicador de medição da corrupção no mundo, reunindo dados de 180 países e territórios. A pontuação indica o nível percebido de corrupção no setor público numa escala de 0 a 100, em q

96 ANOS DA PREVIDÊNCIA DE TODOS NÓS

Num recente vídeo institucional que saúda os 96 anos de existência oficial da Previdência Social brasileira (o marco inicial é a Lei Eloi Chaves, de 24 de janeiro de 1923), o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) mostra que está em todos os rincões do Brasil, seja no agreste nordestino, nas margens amazônicas, na campanha gaúcha, na selva de pedra paulistana ou perto das praias cariocas. Por trás da autarquia que administra o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) , há milhares de funcionários que atendem a massa trabalhadora formal de quase 90 milhões de brasileiros e mantém religiosamente os pagamentos a mais de 34 milhões de beneficiários, aposentados e pensionistas. Pois esta grande parcela da população brasileira, mais o universo de cerca de 10 milhões de servidores públicos civis e militares, ativos e aposentados ou reservistas (no caso militar), está em polvorosa desde 2016 e, mais ainda, no início do atual governo. A previdência, em quase um século de existência

PREVIDÊNCIA E CAPITALIZAÇÃO

Às vésperas de completar 96 anos de existência, em 24 de janeiro, as ameaças de reforma na previdência social brasileira estão fazendo seu idealizador, Eloy Chaves, falecido em São Paulo, em abril de 1964, se remexer no túmulo. Tendo como modelo o tsunami privatizante do Chile nos anos 80, o novo governo anuncia transformar drasticamente o seguro social brasileiro que abrange, nos setores público e privado, mais de 120 milhões de cidadãos, entre contribuintes e beneficiários, E a mudança se inspira, a exemplo do que ocorreu em território chileno, no ideário de um dos maiores defensores do liberalismo econômico no século passado, o economista americano Milton Friedman (1912-2006), mentor dos Chicago Boys, e de quem o atual superministro da Economia brasileiro parece ser um ferrenho discípulo. Pelo modelo que está sendo gestado segundo os balões de ensaio diários lançados atabalhoadamente na mídia, há três possibilidades sobre a mesa dos novos inquilinos da Esplanada dos Ministér

ATAQUES À LIBERDADE DE IMPRENSA

Novamente o ano encerra com notícias preocupantes para os profissionais da comunicação social de todo o mundo e para as sociedades democráticas em geral. Na França, a ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF), no balanço anual de ataques à imprensa que faz desde 1995, revela que, em 2018, a violência contra jornalistas aumentou em todo o mundo. De acordo com RSF, 80 profissionais de imprensa (jornalistas e colaboradores) foram assassinados, outros 348 estão presos e 60 são reféns. Considerando apenas os jornalistas, os assassinatos cresceram 15% (63 contra 55 em 2017). Os casos do saudita Jamal Khashoggi, colaborador do Washington Post, e do eslovaco Jan Kuciak, do site de notícias Aktualitaty.sk, onde trabalhava com jornalismo de dados, ilustram outra constatação importante do balanço: mais da metade das vítimas foram intencionalmente assassinadas. O Afeganistão, com 15 ocorrências, foi o país mais mortífero, seguido pela Síria (11) e o México (9), o mais perigoso entre as nações que não