O PAÍS QUE PODE (E PRECISA!) MELHORAR - I
“Nunca antes neste país”, pelo menos que se saiba nas ruas, um governo foi tão bem avaliado e seu mandatário-mor recebeu tantas loas públicas.
A última pesquisa Ibope/CNI registra recorde na avaliação positiva do governo federal: 75% dos mais de dois mil entrevistados disseram que a gestão é ótima ou boa.
E o “modus” de governar do presidente foi referendado por 83% dos pesquisados, permanecendo estável no seu pico.
A aprovação também se repete em seis das nove áreas pesquisadas. Somente nos quesitos saúde, segurança pública e impostos, o percentual de desaprovação superou o de aprovação.
Num ano eleitoral, estas informações e posições assumem relevância extrema no debate entre os candidatos a governar o País a partir de janeiro de 2011.
Os oposicionistas encontram dificuldade em romper a blindagem destes índices de aprovação que os situacionistas pretendem “colar” nos seus candidatos.
Mas numa rápida pesquisa na Internet e nos meios de comunicação podemos arrolar pontos ainda frágeis de nossa terra “deitada eternamente em berço esplêndido”. Em diversas e inesgotáveis áreas ainda há muito a fazer. Elencamos a seguir algumas trilhas ainda frágeis de nossa estrada. Não é, nem poderia ser, uma lista exaustiva, nem carências ou defeitos originados neste ou no anterior governo. São incompletudes desta Nação desigual e ainda em desenvolvimento – até quando?
Corrupção - O ranking internacional de corrupção, da ONG Transparência Internacional, coloca o País em 75º lugar entre 180 nações analisadas pela qualidade de suas instituições. Apesar de ter subido cinco posições na classificação deste ano, o Brasil está distante da ponta ocupada por Nova Zelândia e Dinamarca, os menos corruptos, e na companhia de Colômbia, Peru e Suriname, além de atrás, na América Latina, de Uruguai, Chile e Costa Rica. Subimos, mas o número de degraus até o topo é grande ainda.
Qualidade de vida - O Brasil é o 38º país do mundo em qualidade de vida, num ranking com quase 200 países publicado pela revista americana International Living. A liderança que leva em consideração nove itens - custo de vida, cultura e lazer, economia, ambiente, liberdade, saúde, infraestrutura, segurança e risco e clima - ficou com a França, pelo quinto ano consecutivo. O Brasil subiu da 43ª posição de 2009 para a 38ª neste ano. Em 2008, o País havia ficado na 39ª posição. Seguimos atrás do Uruguai, na 19ª posição do ranking, da Argentina (26º lugar), Chile (31º), Costa Rica (33º) e Panamá (34º).
Competitividade - A competitividade da economia brasileira subiu oito posições em 2009, segundo o Fórum Mundial de Economia, entidade suíça que publica o Relatório de Competitividade Global. Na sua edição 2009-2010, o Brasil está no 56º. lugar entre 133 nações. A melhora na competitividade brasileira é atribuída a um setor empresarial inovador e sofisticado, ao tamanho do mercado e à melhora na área de estabilidade macroeconômica, comparada com o ano anterior. Mas o relatório aponta vulnerabilidades na qualidade das instituições, nos mercados de bens e de trabalho, padrões educacionais. Globalmente, a Suíça lidera o ranking de país mais competitivo, seguido de Estados Unidos, Cingapura, Suécia e Dinamarca. Quatro economias da América Latina e Caribe estão melhor colocadas que o Brasil: Chile (28º ), Porto Rico (42º), Barbados (44º ) e Costa Rica (55º).
Taxa de juros – Depois de liderar por muito tempo a classificação mundial de juros mais elevados, as sucessivas reduções da taxa Selic tiraram o Brasil desta desconfortável situação. Porém, com os atuais percentuais, no ranking de juros reais – taxa de juros nominais de 40 países subtraída da projeção de inflação nos próximos 12 meses – somente é superado, em nível mundial pela China, de acordo com estudo da consultoria Uptrend. Ou seja, o vice-presidente da República mantém razões de sobra para seguir bradando contra os juros escorchantes.
Liberdade de imprensa – No quesito, o Brasil também tem muito a evoluir. A nação verde-amarela aparece em 71º lugar na 8º edição de ranking mundial de liberdade de imprensa da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), com sede na França. Na pesquisa deste ano, liderada pela Dinamarca, o Brasil aparece em 71º lugar, atrás de países como Libéria, Botsuana e Haiti, mas 11 posições acima da que ocupava no último levantamento, quando conquistou a 82ª posição. As 14 primeiras posições no ranking são ocupadas por países europeus, em especial, escandinavos. Além de Dinamarca e Finlândia, a região ainda apresenta Noruega (4º) e Suécia (5º).
Desenvolvimento Humano - Na medida comparativa que engloba dados do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país, educação e expectativa de vida riqueza, educação e esperança média de vida, usada desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Brasil melhorou suas condições socioeconômicas e está na 75ª posição no ranking. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro subiu levemente, de 0,808, em 2006, para 0,813, incluindo-o no grupo considerado de alto desenvolvimento humano, com IDH entre 0,800 e 0,900. O “gigante pela própria natureza”, apesar disto, está ainda muito distante de Noruega, Austrália, Islândia e Canadá que ponteiam a classificação. Na vizinhança andina, estão à nossa frente em desenvolvimento humano, entre outros, Chile, Argentina, Uruguai, Cuba, Bahamas, México, Costa Rica, Venezuela e Panamá.
Inovação - A economia do Japão segue como a mais inovadora do mundo, mas a da China é a que mais subiu em dois anos, enquanto a do Brasil caiu um posto, de acordo com relatório do “Economist Intelligence Unit” (EIU), que avalia as 82 economias com mais avanços tecnológicos de 2004 a 2008. A divisão de inteligência da revista “The Economist” demonstra que o Brasil caiu da 48ª para a 49ª posição, em relação há dois anos, quando foi analisado o período 2002-2006. O estudo mostra Japão, Suíça, Finlândia, Estados Unidos e Suécia nos cinco primeiros postos, realçando que os mercados emergentes estão obtendo avanços tecnológicos, mas que o domínio das inovações continua com o mundo desenvolvido.
Futebol – Nem na paixão nacional, estamos segurando a bandeira da ponta da fila. A seleção brasileira terminou 2009 em segundo lugar no ranking da Fifa , a 59 pontos da seleção espanhola , após ter liderado a classificação em alguns momentos do ano. A Espanha havia perdido a liderança com a derrota frente aos Estados Unidos nas semifinais da Copa das Confederações, vencida pelo Brasil. Rezemos pelo Dunga e pelo brilho e efetividade na África do Sul! (continua na próxima semana...) - Vilson Romero
A última pesquisa Ibope/CNI registra recorde na avaliação positiva do governo federal: 75% dos mais de dois mil entrevistados disseram que a gestão é ótima ou boa.
E o “modus” de governar do presidente foi referendado por 83% dos pesquisados, permanecendo estável no seu pico.
A aprovação também se repete em seis das nove áreas pesquisadas. Somente nos quesitos saúde, segurança pública e impostos, o percentual de desaprovação superou o de aprovação.
Num ano eleitoral, estas informações e posições assumem relevância extrema no debate entre os candidatos a governar o País a partir de janeiro de 2011.
Os oposicionistas encontram dificuldade em romper a blindagem destes índices de aprovação que os situacionistas pretendem “colar” nos seus candidatos.
Mas numa rápida pesquisa na Internet e nos meios de comunicação podemos arrolar pontos ainda frágeis de nossa terra “deitada eternamente em berço esplêndido”. Em diversas e inesgotáveis áreas ainda há muito a fazer. Elencamos a seguir algumas trilhas ainda frágeis de nossa estrada. Não é, nem poderia ser, uma lista exaustiva, nem carências ou defeitos originados neste ou no anterior governo. São incompletudes desta Nação desigual e ainda em desenvolvimento – até quando?
Corrupção - O ranking internacional de corrupção, da ONG Transparência Internacional, coloca o País em 75º lugar entre 180 nações analisadas pela qualidade de suas instituições. Apesar de ter subido cinco posições na classificação deste ano, o Brasil está distante da ponta ocupada por Nova Zelândia e Dinamarca, os menos corruptos, e na companhia de Colômbia, Peru e Suriname, além de atrás, na América Latina, de Uruguai, Chile e Costa Rica. Subimos, mas o número de degraus até o topo é grande ainda.
Qualidade de vida - O Brasil é o 38º país do mundo em qualidade de vida, num ranking com quase 200 países publicado pela revista americana International Living. A liderança que leva em consideração nove itens - custo de vida, cultura e lazer, economia, ambiente, liberdade, saúde, infraestrutura, segurança e risco e clima - ficou com a França, pelo quinto ano consecutivo. O Brasil subiu da 43ª posição de 2009 para a 38ª neste ano. Em 2008, o País havia ficado na 39ª posição. Seguimos atrás do Uruguai, na 19ª posição do ranking, da Argentina (26º lugar), Chile (31º), Costa Rica (33º) e Panamá (34º).
Competitividade - A competitividade da economia brasileira subiu oito posições em 2009, segundo o Fórum Mundial de Economia, entidade suíça que publica o Relatório de Competitividade Global. Na sua edição 2009-2010, o Brasil está no 56º. lugar entre 133 nações. A melhora na competitividade brasileira é atribuída a um setor empresarial inovador e sofisticado, ao tamanho do mercado e à melhora na área de estabilidade macroeconômica, comparada com o ano anterior. Mas o relatório aponta vulnerabilidades na qualidade das instituições, nos mercados de bens e de trabalho, padrões educacionais. Globalmente, a Suíça lidera o ranking de país mais competitivo, seguido de Estados Unidos, Cingapura, Suécia e Dinamarca. Quatro economias da América Latina e Caribe estão melhor colocadas que o Brasil: Chile (28º ), Porto Rico (42º), Barbados (44º ) e Costa Rica (55º).
Taxa de juros – Depois de liderar por muito tempo a classificação mundial de juros mais elevados, as sucessivas reduções da taxa Selic tiraram o Brasil desta desconfortável situação. Porém, com os atuais percentuais, no ranking de juros reais – taxa de juros nominais de 40 países subtraída da projeção de inflação nos próximos 12 meses – somente é superado, em nível mundial pela China, de acordo com estudo da consultoria Uptrend. Ou seja, o vice-presidente da República mantém razões de sobra para seguir bradando contra os juros escorchantes.
Liberdade de imprensa – No quesito, o Brasil também tem muito a evoluir. A nação verde-amarela aparece em 71º lugar na 8º edição de ranking mundial de liberdade de imprensa da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), com sede na França. Na pesquisa deste ano, liderada pela Dinamarca, o Brasil aparece em 71º lugar, atrás de países como Libéria, Botsuana e Haiti, mas 11 posições acima da que ocupava no último levantamento, quando conquistou a 82ª posição. As 14 primeiras posições no ranking são ocupadas por países europeus, em especial, escandinavos. Além de Dinamarca e Finlândia, a região ainda apresenta Noruega (4º) e Suécia (5º).
Desenvolvimento Humano - Na medida comparativa que engloba dados do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país, educação e expectativa de vida riqueza, educação e esperança média de vida, usada desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Brasil melhorou suas condições socioeconômicas e está na 75ª posição no ranking. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro subiu levemente, de 0,808, em 2006, para 0,813, incluindo-o no grupo considerado de alto desenvolvimento humano, com IDH entre 0,800 e 0,900. O “gigante pela própria natureza”, apesar disto, está ainda muito distante de Noruega, Austrália, Islândia e Canadá que ponteiam a classificação. Na vizinhança andina, estão à nossa frente em desenvolvimento humano, entre outros, Chile, Argentina, Uruguai, Cuba, Bahamas, México, Costa Rica, Venezuela e Panamá.
Inovação - A economia do Japão segue como a mais inovadora do mundo, mas a da China é a que mais subiu em dois anos, enquanto a do Brasil caiu um posto, de acordo com relatório do “Economist Intelligence Unit” (EIU), que avalia as 82 economias com mais avanços tecnológicos de 2004 a 2008. A divisão de inteligência da revista “The Economist” demonstra que o Brasil caiu da 48ª para a 49ª posição, em relação há dois anos, quando foi analisado o período 2002-2006. O estudo mostra Japão, Suíça, Finlândia, Estados Unidos e Suécia nos cinco primeiros postos, realçando que os mercados emergentes estão obtendo avanços tecnológicos, mas que o domínio das inovações continua com o mundo desenvolvido.
Futebol – Nem na paixão nacional, estamos segurando a bandeira da ponta da fila. A seleção brasileira terminou 2009 em segundo lugar no ranking da Fifa , a 59 pontos da seleção espanhola , após ter liderado a classificação em alguns momentos do ano. A Espanha havia perdido a liderança com a derrota frente aos Estados Unidos nas semifinais da Copa das Confederações, vencida pelo Brasil. Rezemos pelo Dunga e pelo brilho e efetividade na África do Sul! (continua na próxima semana...) - Vilson Romero
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