IMPRENSA LIVRE (?)

"Desde janeiro, já perderam a vida mais de 40 profissionais da comunicação social em todo o mundo. Os números divulgados pelo Instituto Internacional para a Segurança da Imprensa (Insi), com sede em Londres, são alarmantes. O país com maior número de jornalistas assassinados é Honduras, com sete casos. No México, foram seis; Paquistão, quatro; Colômbia e Venezuela, três. Também integram a contabilidade macabra da mídia Nepal, Venezuela, Chipre, Rússia, Equador, Turquia, entre outros. E o pior, realça o Insi em seu relatório, é que oito em cada dez casos ficam sem punição aos responsáveis pelos crimes.
Estes números devem ser motivadores de reflexão. Reflexão bem a propósito da celebração neste 3 de maio do Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, aprovado desde 1993 pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (Onu).
A data serve para renovada avaliação da situação da liberdade de imprensa em todo o mundo. Mas este debate deve abranger todos os atores do processo da informação: proprietários e profissionais das diversas mídias – jornal, revista, rádio, televisão e Internet -, e, com certeza, a sociedade em geral. É sempre momento de reafirmar que uma imprensa livre, pluralista e independente é componente essencial de qualquer sociedade democrática, do chamado Estado Democrático de Direito.
Mas que liberdade é esta que atinge mortalmente dezenas de profissionais todos os meses? Que liberdade de imprensa é esta que aprisiona, seqüestra, tortura, condena ou ameaça os profissionais do bem informar?
Além de atentar contra ditames constitucionais das Nações democráticas, as ocorrências frequentes ferem a Declaração Universal dos Direitos Humanos. A liberdade de imprensa não é prerrogativa do jornalista. É direito inalienável do cidadão. Lutemos por isto, levantemos a bandeira da imprensa livre. A que hoje subsiste no planeta ainda está distante de sê-la. "
(Vilson Antonio Romero)

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