O GOVERNO E O TACÃO AUTORITÁRIO

O governo federal, inconformado com a impossibilidade de cortar ponto e interromper a operação padrão de servidores públicos, em especial da Anvisa e Receita Federal, abusou do autoritarismo.

Ao invés de negociar com seus empregados, baixou o tacão discricionário, quase revivendo os tempos “áureos” dos decretos-lei.

O decreto nº 7.777/12, assinado pela presidente às vésperas do seu périplo londrino, já apelidado de AI-5 do Serviço Público, mais uma vez demonstra a incapacidade de diálogo do governo.

O ato legal que sinaliza com a transferência de atribuições a outras Unidades da Federação demonstra uma triste realidade: o desprezo pelas pessoas que trabalham no serviço público federal.

O decreto presidencial é bem claro: Substituam as pessoas que protestam! Como se estas fossem peças de uma máquina que teimam em reclamar contra a falta de manutenção e investimentos.

Eivado de desrespeito aos mais comezinhos preceitos jurídicos, o tacão palaciano atenta contra o artigo 237 da Constituição da República e agride ainda a Lei 10.593. Onde estão os elogios e o reconhecimento pela excelência dos trabalhos executados ao longo dos anos? Onde está a devida valorização dos agentes de Estado que se dedicam e aprimoram a arrecadação federal? Onde está o respeito pelo corpo funcional do órgão que serve de exemplo para o mundo?

Os funcionários são também indivíduos com necessidades, famílias, compromissos, carga tributária, cesta básica, como todos os cidadãos, que vêem seus rendimentos minguarem celeremente.

A inflação e a perda da capacidade financeira aflige aos servidores, como a todo povo brasileiro. E o empregador – governo, nem aí! O que importa é a sua imagem perante á opinião pública e à comunidade internacional.

Abaixo o Decreto 7.777/12!

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