À MULHER DE TODOS OS DIAS
Em
8 de março de 1857, em Nova Iorque, morreram 129 tecelãs de uma fábrica de
tecidos, numa ação da polícia para conter manifestações por melhores condições
de trabalho. Elas só queriam a diminuição da jornada de trabalho de 14 para 10
horas por dia e o direito à licença-maternidade. Foram sacrificadas por suas
bandeiras. Em 1910, idealizou-se a homenagem a estas mulheres como símbolo da
luta feminina, mas somente em 1975 a Organização das Nações Unidas (Onu) reconheceu
e decretou o 8 de março como Dia Internacional da Mulher.
Filhas, irmãs, namoradas, amantes, esposas,
mães, avós, bisavós...Parafraseando o cineasta Arnaldo Jabor: “Vou falar um
pouco de mulher eu que mal as entendo na vida. Não falarei das coxas e seios e
bumbuns... Falo de uma aura que as percorre”. Papéis complexos e completos da
trajetória destes seres poderosos. Mulheres.
No
início, dizem as escrituras, Deus fez o homem e, de sua costela, criou o
segundo ser: a mulher. Mas, mesmo vindo depois, todos os demais humanos da face
da Terra foram gerados por elas, que também estão tomando o mundo de assalto.
Mais de metade do universo. Maioria da
população brasileira. São 52% da população mundial – mais de 3,3 bilhões de
mulheres na face da Terra, todas maravilhosamente importantes neste circo da
vida. Cantadas e cultuadas em prosa e verso ao longo dos séculos. Mulheres de
Atenas. Mulheres do espaço. Grandes, pequenas. Mulheres “cabeça” e
desequilibradas, confusas, de guerra e de paz, diz o sambista.
No
porta-retratos da Terra vemos poderosas como a Michele Bachelet, retornando ao
poder no Chile, a rainha Elizabeth II, na Inglaterra, a premier Angela Merkel,
na Alemanha, a presidente sul-coreana Park Geun-Hye e as “presidentas” Dilma Roussef e a argentina
Cristina Kirchner.
Estudantes,
cozinheiras, costureiras, fazendeiras, auditoras, profetisas, do lar,
professoras, motoristas, dançarinas, pitonisas, médicas, arquitetas, atrizes,
locutoras, agricultoras, modelos, da vida, sem vida, empresárias, empregadas,
operárias, dirigentes, funcionárias, rendeiras, lavadeiras, faxineiras,
massagistas, administradoras, jornalistas, advogadas, contadoras,
publicitárias, tecnólogas, odontólogas, arquitetas, marceneiras... Belas,
feias, faceiras, fagueiras. Mulheres...
Pra
quem, como eu, as respeita, endeusa e cuida, não só em 8 de março, mas em toda
a vida, vivam todas elas, sejam elas “mulheres de Atenas” ou “amélias”. Mas,
sempre, mulheres apenas...! Em todos os dias!
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