O PODER DO BATOM OU O BATOM NO PODER

A Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1975, consagrou o 8 de março como Dia Internacional da Mulher. Antes que reclamem, o dia 19 de novembro é o contraponto, também apoiado pela Onu: Dia Internacional do Homem, menos festejado e lembrado.
Mas o marco da celebração feminina se origina em uma tragédia. Em 8 de março de 1857, em Nova Iorque, morreram 129 tecelãs de uma fábrica de tecidos, numa ação da polícia para conter manifestações por melhores condições de trabalho. Elas reivindicavam a redução da jornada de trabalho de 14 para 10 horas diárias e o direito à licença-maternidade.
E olhando em volta, vemos o aumento de seu poderio. É o poder do batom em todo o canto e em todas as fases da vida. A primeira mais próxima é a mãe, seguida de avós, irmãs, tias, primas... Depois vêm amigas, namoradas, esposas, amantes e filhas. Aparecem então netas e bisnetas. São 52% da população mundial, serão 6 milhões a mais que os homens no território brasileiro em 2050.
Aparecem aos borbotões: “(...) Garotas de Ipanema/ Minas de Minas/ Louras, morenas, messalinas/ Santas sinistras/ Ministras malvadas/ Imeldas, Evitas/ (...)/ Macacas de auditório/ Velhas atrizes/ Patroas babacas/ Empregadas mandonas/ Madonnas na cama/ Dianas corneadas/ (...) Socialites/ Plebéias/ Rainhas decadentes/ Enfermeiras doentes/ (...)”( Rita Lee, em “Todas as mulheres do mundo”).
Aos poucos, tomam conta de tudo, assumem o mundo de assalto, gerando, dando vida à vida. Nós, homens, espectadores e parceiros, demoramos a perceber, às vezes uma existência que, entre outras coisas: “(...) Mulheres gostam de meias/ Mulheres gostam de batom/ Mulheres gostam de homens/ Que não perguntam se foi bom/ Mulheres perdem a hora/ Mulheres pedem pra olhar/ Mulheres vão juntas ao banheiro/ Mulheres ainda querem casar(...)”(Marina Elali, em “Mulheres gostam”).

No planeta, se sobressaem poderosas como a presidente Michele Bachelet, no Chile, a rainha Elizabeth, na Inglaterra, a premier Angela Merkel, na Alemanha, Helen Clark, a primeira-ministra da Nova Zelândia, as presidentes Tarja Halonen, da Finlândia, e Pratibha Patil, da Índia, além da vizinha Cristina Kirchner, na Argentina. Por aqui, a presidente Dilma e um número ainda discreto de parlamentares e magistradas nos tribunais superiores. Exemplos de sucesso e presença efetiva. Mas as importantes, relevantes, fundamentais são as que nos puseram no mundo, as que nos educam, nos amam, nos acarinham. Mães, namoradas, esposas e filhas. “(...) Mulheres de todas as cores, / de várias idades, de muitos amores (...) mulheres do tipo atrevida/ do tipo acanhada, do tipo vivida/ casada, carente, solteira, feliz/ (...) donzela e até meretriz/ mulheres “cabeça” e desequilibradas/ mulheres confusas, de guerra e de paz (...)”, como as saúda Martinho da Vila. Mas, mulheres de Atenas ou mulheres apenas, cada vez maior é o poder do batom. É o batom no poder! Saudemos as mulheres no seu dia e em todos os demais dias! (Vilson Romero)

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