3 DE MAIO: PELA IMPRENSA LIVRE!
Neste
3 de maio, comemoramos o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, instituído em
1993 pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
Cultura) alertando para a impunidade nos crimes e ataques contra jornalistas. A
idéia surgiu dois anos antes em reunião ocorrrida em Windhoek, na Namíbia que
culminou num chamado à proteção dos fundamentos da liberdade de expressão,
insculpidos no artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos: "Toda pessoa tem direito à liberdade de
opinião e de expressão, este direito inclui a liberdade de ter opiniões sem
interferência e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por
quaisquer meios e independentemente de fronteiras".
Nesta
data, pouco há a comemorar. Em âmbito mundial, a situação piorou: mais de 600 profissionais da imprensa foram mortos nos
últimos dez anos. Seguimos invejando as condições de trabalho dos jornalistas
em países como Finlândia, Holanda e Noruega, que ponteiam o ranking da
liberdade de imprensa da ONG Repórteres sem Fronteira (RSF).
O
Brasil está no 104º lugar entre 180 países avaliados. Em 2015, foram registrados
sete assassinatos de jornalistas com relação direta com seu trabalho.
A ONG também revela a deterioração da liberdade de imprensa na maioria
dos países da América Latina e do Caribe, onde os comunicadores enfrentam a
violência institucional na Venezuela e no Equador, o crime organizado na
Colômbia e na América Central, a corrupção no Brasil e o narcotráfico no México.
Salvam-se Costa Rica, Jamaica e Uruguai, onde ainda há melhores
condições de trabalho para os profissionais.
Para que o Brasil escape desta vexatória posição, há muitas
propostas. Tramita na Câmara um projeto de lei que prevê a Polícia Federal na investigação de crimes contra
jornalistas no exercício da profissão. Da mesma forma, o Conselho de
Comunicação Social do Congresso Nacional (CCS) já aprovou a criação do
Observatório da Violência contra Comunicadores, vinculado à Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República. São medidas alvissareiras, mas
que necessitam de sua concretude para efetivamente coibirem e vigiarem os
ataques à mídia e consolidarem este pilar fundamental de nosso Estado
Democrático de Direito: a liberdade de imprensa.
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