SERVIDORES: "FAKE NEWS" DOS PRIVILÉGIOS
Muito se tem falado
em “fake news”, que nada mais são do que notícias
falsas, aparentando ser verdadeiras. São mentiras revestidas de artifícios que
lhe conferem aparência de verdade.
O ministro da Propaganda da Alemanha Nazista,
entre 1933 e 1945, Paul Joseph Goebbels, usou muito deste instrumento de
difusão de inverdades: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade!”
Esta
técnica de comunicação de massa tem sido usada de forma intensiva pelo governo brasileiro
para mobilizar sua base e iludir a opinião pública, granjeando apoio ou
reduzindo as resistências à reforma da previdência.
Com
base no discurso do “fim dos privilégios do funcionalismo”, o governo pretende
igualar as idades dos trabalhadores privados e públicos tendo como parâmetro o
aplicado em economias altamente desenvolvidas. Inserido neste pacote, um imenso
“saco de maldades”, com foco e mira no lombo dos servidores públicos.
Porém,
faz uso na sua propaganda oficial de um discurso falacioso sobre a situação de
quem ingressou no serviço público, mediante concurso, e que na maior parte das vezes,
tem dedicação exclusiva no atendimento à sociedade.
Hoje,
anotem bem, o servidor público:
a)
Não
tem política salarial, nem convenção ou negociação coletiva (os governantes
impõem o reajuste salarial que e quando quiserem e bem entenderem);
b)
Não
tem mais paridade (igualdade de salário entre ativos e aposentados), desde janeiro
de 2004;
c)
Não
se aposenta mais com o último salário (integralidade), desde janeiro de 2004;
d)
Tem
regras de aposentadoria iguais à dos trabalhadores do campo e da cidade,
limitada ao teto do INSS, desde fevereiro de 2013;
e)
Estando
aposentado, segue pagando previdência, até a morte, sobre tudo o que ganha;
f)
E
depois, seu/sua pensionista também paga sobre a pensão, não se sabe para quê;
g)
Não
faz jus ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;
h)
Pode
ser demitido a qualquer tempo, mesmo depois de aposentado;
i)
Se
receber R$ 10 mil por mês, paga previdência sobre tudo o que ganha (R$ 1.100),
enquanto que o trabalhador privado está limitado ao teto do INSS (11% = R$
608,44). Se receber R$ 15 mil, paga R$ 1.650 por mês. O trabalhador privado,
com este salário, continua pagando R$ 608,44;
j)
Tem,
desde janeiro de 2004, uma idade mínima para a aposentadoria (60 anos para
homens e 55 para mulheres) e exigência de tempo mínimo de serviço/contribuição
(35 anos, homens; 30, mulheres), para aposentadoria completa.
Como
vemos, há situações que ainda diferenciam o contrato de trabalho no serviço
público e na iniciativa privada, mas na regra geral, já se assemelham,
inclusive com maior rigorismo para o servidor.
As
distorções existentes anteriormente, pela falta de contribuição (já há, desde
1993) e pelo fato de os governos municipais, estaduais, distrital e federal não
formarem reservas para garantir a aposentadoria dos seus servidores, foram
eliminadas, no início dos anos 2000.
As
estimativas atuariais inclusive apontam para um cenário de equilíbrio da conta
da aposentadoria pública em poucos anos, com as emendas constitucionais aprovadas
em 2003 e 2005.
É
evidente que situações consolidadas anteriormente às mudanças constitucionais
são protegidas pelas cláusulas pétreas da coisa julgada e do direito adquirido.
O
governo utiliza-se de um discurso distorcido e de uma contabilidade criativa
perversa e manipuladora para vilipendiar a imagem do funcionalismo. Agora,
ganhou como aliado até o Banco Mundial que veio meter seu bedelho aqui. Por que
será? Porque os abutres do sistema financeiro querem abocanhar mais fatias da
nossa previdência.
Numa
exacerbação, por exemplo, se fixarem a idade mínima de aposentadoria para todos
(trabalhadores públicos e privados) em 120 anos (ou seja, ninguém mais irá se
aposenta) ainda perdurariam os compromissos financeiros com todos os que estiverem
aposentados ou cumprirem os requisitos para a aposentadoria até a promulgação
da reforma. Atualmente são mais de 38 milhões de brasileiros que estão na
inatividade, com sua condição consolidada e garantida na Constituição Federal. Para
zerar essa conta, só se, impiedosamente, como acho que gostariam de fazer este
e outros governos, dizimassem os inativos do serviço público.
Só
falta isso: pelotão de fuzilamento, como fizeram os nazistas nas Grandes Guerras.
É o estão
fazendo paulatinamente. De outra forma. Sufocando, atordoando, espezinhando os
cidadãos que dedicaram suas vidas ao atendimento à sociedade e à Nação
brasileira.
Com
“fake news” publicadas todo o dia em toda a mídia. O que é pior: com dinheiro
público! (Vilson Romero)
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